Quando um problema se torna um problema

Como lidar com obstáculos na vida pessoal e profissional

Segundo a maioria dos dicionários, um problema é uma determinada questão que requer uma solução. Ah! Também se chama problema o exercício de raciocínio com que se pode resolver com a aplicação da matemática e da lógica.

Sob um ponto de vista prático, eu vejo um problema como a diferença entre a situação atual e a situação desejada.

Então, encontrar a solução de um problema sob este ponto de vista é o primeiro passo em direção ao sucesso, mas independente do ponto de vista, nenhum problema é realmente um problema até se tornar um problema.

Para os que disseram “Dã!” e devem estar se perguntando o que eu quero dizer com isso, eu respondo.

O que quero dizer é exatamente isso, não é um problema até se tornar um problema, ou seja, se você não estiver pensando, querendo, desejando ou sendo obrigado de alguma maneira a encontrar a solução para uma questão, qualquer que seja ela, o problema não existe e você pode continuar suar vida normalmente, mas se for ao contrário, então você tem um problema.

É obvio que existem problemas coletivos que podem ser resolvidos por outras pessoas ou problemas individuais cuja solução também pode ser dada por outra pessoa. Mas não se iluda, nenhum problema tem a capacidade de se resolver sozinho.

Ele pode até ser esquecido com o tempo, ignorado, deixado para lá, se tornar irrelevante ou mesmo obsoleto, mas nunca, nunca mesmo ele deixa de existir, mesmo que você já tenha alcançado a situação desejada de alguma outra forma que não envolva você mesmo encontrando a solução, em outras palavras, sem qualquer esforço de sua parte.

O problema com os problemas é que eles são criaturas extremamente mal compreendidas, eles não são bons nem maus, eles apenas são e existem para serem resolvidos e sua solução envolve o exercício do raciocínio. Isso mesmo! Para encontrar a solução a pessoa incumbida da tarefa precisará pensar e é curioso observar o quão enorme é o número de pessoas que verdadeiramente acreditam que não são capazes de fazer isso.

Outra coisa muito comum envolvendo os problemas acontece quando ele ainda não existe de fato, porém a pessoa fica preocupada com a possibilidade de sua existência e se incumbe de encontrar uma solução que talvez nem sirva para a situação ou sequer se torne de fato necessária, visto que o problema não existe.

Aos que pensaram que prevenir é melhor que remediar, peço que notem que este ditado popular não se aplica nestes casos. Essa situação é diferente da que enfrentamos durante um planejamento.

Ao planejarmos não identificamos problemas, identificamos obstáculos e possibilidades não desejadas, assim como suas consequências prováveis e, ao invés de nos preocuparmos, propomos soluções e alternativas que estejam alinhadas com os objetivos do planejamento. Isso vale tanto para nossa vida pessoal e familiar quanto para nossa vida profissional e empresarial.

Então, como saber que um problema é um problema?

A forma mais fácil de identificar um problema é quando alguém com algum tipo de ascendência sobre você, como por exemplo, seu professor, seu chefe, seu cônjuge ou sua sogra, chega perto de você e literalmente joga o problema no seu colo e lhe diz para resolvê-lo. Especificamente nestes casos, não resolver criará outros problemas.

Outra forma é entender a diferença entre a situação atual e a situação desejada. Entender isso ajudará você a conhecer a relação entre essas situações e assim encontrar o caminho que será necessário percorrer para sair de uma e alcançar a outra.

Basicamente, é preciso compreender a situação atual, depois buscar hipóteses e/ou suposições baseadas na sua compreensão e entender o que significa o resultado projetado, ou seja, a situação desejada.

Conhecer estes três passos – compreender a situação, buscar hipóteses/suposições e entender o que significa o resultado – permitirá que você saiba que está diante de um problema legítimo e não na frente de uma mera preocupação.

Curiosamente, saber que se tem um problema de fato e até mesmo conhecer suas soluções possíveis não significa necessariamente que o problema está resolvido.

Alguns problemas são resolvidos simplesmente por serem conhecidos, pois quando sabemos de sua existência ele imediatamente deixa de ser um problema.

Outros, no entanto, precisam de algum tipo de ação que trabalhe para sua resolução e toda ação tem um custo.

Ainda está com dúvidas? Deixe-me ajudar com um exemplo.

Imagine que você receba $100 por mês e disto sobre $2. Está é a sua situação atual.

Agora imagine que você quer ou precisa que sobre $10. Está é a situação desejada.

Pergunta: Qual é o seu problema?

Resposta: Como conseguir mais $8.

Em seguida vamos às hipóteses sobre como alcançar uma sobra de $2 + $8.

Hipótese 01 – Você pode se sacrificar e reduzir seus gastos.

Hipótese 02 – Você pode buscar produtos alternativos mais baratos para economizar.

Hipótese 03 – Você pode aumentar seus ganhos fazendo hora extra.

Hipótese 04 – Você pode conseguir um segundo emprego.

A solução do seu problema está em uma das alternativas acima, em alguma combinação entre elas ou alguma outra hipótese que venha a ser levantada depois, mas lembre-se que o problema continuará existindo até que você se proponha a por em prática o que definiu como solução e execute-a transformando-a na resolução do problema.

Então, tanto faz se você acredita que tem um problema pessoal, profissional ou empresarial, antes de ficar preocupado, busque compreender a situação na qual está você inserido. Se perceber que ela deveria ser diferente ou, mesmo que ela seja aceitável e até boa, mas você quer que ela seja diferente, encontre a solução e ponha-a em prática, mas tenha em mente que quem realmente quer encontra uma solução e quem não quer encontra uma desculpa.

Sob a ótica empresarial, conhecer estes três passos é fundamental para o êxito no dia-a-dia das empresas.

Além de serem muito úteis na resolução dos problemas diários, eles contribuem para o planejamento estratégico e para a tomada de decisões futuras, produzindo um direcionamento mais assertivo no rumo dos negócios.

A prática contínua deste método propicia um maior conhecimento do próprio negócio e de suas peculiaridades, permitindo produzir avaliações e análises com mais segurança e menor índice de erros.

Outro fato interessante é que pensar desta maneira diminui perceptivelmente a insegurança frente aos problemas encontrados porque eles passam a serem vistos como uma parte do processo de crescimento e desenvolvimento empresarial e as ações necessárias para a resolução tomam a forma de tarefas a serem incluídas no cronograma do planejamento, seja estratégico ou setorial.

Não é um problema até se tornar um problema e agora que você já o viu, mãos à obra. Mexa-se!

Comentário:

O texto reflete sobre como a percepção de um problema pode ser alterada dependendo da sua compreensão e da ação necessária para resolvê-lo. Isso se conecta com as ideias abordadas em [Como anda a matemática na sua vida?], onde a análise de situações cotidianas e suas soluções pode ser abordada de forma lógica. Além disso, a reflexão sobre como lidar com os desafios também é tratada em [Felicidade Insatisfeita], ao discutir a constante busca por soluções. A estratégia para resolver problemas no âmbito empresarial é uma prática muito relevante, que pode ser explorada ainda mais em [Afinal o que é ser Líder], onde a importância de liderança e tomada de decisões é discutida.

Convite:

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A Essência Por Trás das Minhas Palavras

A Reinterpretação do “Problema”

Sempre tive uma visão um tanto diferente sobre o que são os problemas. Para mim, um problema não é algo que existe por si só, esperando para ser encontrado. Ele só passa a ser um “problema” no momento em que eu decido que ele precisa de uma solução. Antes disso, ele apenas existe, sem um peso sobre os meus ombros. Isso me leva a crer que o que chamamos de problema é, na verdade, um convite para enfrentá-lo, mas esse convite só se torna relevante quando eu escolho agir sobre ele.

Essa forma de ver as coisas me traz uma sensação de liberdade. Ao perceber que um problema não é algo imposto, mas algo que se forma a partir da minha percepção ativa, eu entendo que ele não é algo que “deve” ser enfrentado. Ele só exige a minha energia quando decido que ele merece essa atenção. Isso, de alguma forma, suaviza o impacto que os problemas têm sobre a minha vida. Afinal, se o problema é apenas uma construção da minha mente, eu sou quem tem o poder de redefini-lo, controlá-lo ou até mesmo deixá-lo de lado.

Distinção entre Preocupação e Problema

Acho que me preocupo com muitas coisas que, na verdade, nunca se transformam em problemas reais. Sinto que as preocupações são como fantasmas, sempre à espreita, mas sem substância. Eu, às vezes, gasto uma enorme quantidade de energia lidando com aquilo que ainda não aconteceu, e, na maioria das vezes, nem vai acontecer. Essa constatação me ajuda a perceber que, muitas vezes, a preocupação não é apenas uma reação natural; é uma forma equivocada de lidar com um problema inexistente. Esse erro de antecipação me impede de focar naquilo que realmente importa e precisa de ação.

Quando paro para refletir sobre isso, vejo o quanto a preocupação se torna um obstáculo para a clareza. Ficar preso a uma preocupação pode ser mais prejudicial do que útil, porque me impede de perceber que não há problema real em algumas das situações que me afligem. A energia que eu coloco em tentar resolver algo que nem existe poderia ser mais bem utilizada em lidar com o que realmente demanda minha atenção.

A Natureza do Problema: Solução ou Ação?

Sempre pensei que a verdadeira solução para qualquer problema não está apenas na ideia de uma resposta, mas no compromisso com a ação necessária para que a solução se torne realidade. Acredito que muitos se concentram excessivamente na teoria, em encontrar a solução perfeita, mas esquecem que o verdadeiro desafio é transformar essa solução em algo prático. O problema não desaparece até que eu me coloque em movimento. A solução, para mim, não é apenas um conceito; ela é, em grande parte, um exercício de ação contínua.

Quando olho para os problemas que enfrentei, percebo que, embora a concepção de uma resposta seja importante, o que realmente determinou se eu superaria a dificuldade foi a minha disposição de agir. Isso me fez entender que o ato de resolver um problema vai além da reflexão: ele está em tomar uma atitude e seguir em frente, mesmo quando o caminho ainda não está totalmente claro. Essa compreensão tornou a minha relação com as dificuldades mais realista e, ao mesmo tempo, mais controlável.

Exemplificação Simples e Direta

Sempre gostei de usar exemplos simples para explicar conceitos mais complexos, porque acredito que isso torna as ideias mais acessíveis. O controle financeiro pessoal, por exemplo, é algo que todos enfrentamos de alguma maneira e ilustra muito bem o processo de resolução de problemas. Muitas vezes, ficamos paralisados diante de algo que precisamos organizar, seja uma dívida ou uma meta de poupança. Mas, quando explico esse processo de forma simples – sem rodeios – percebo que as pessoas começam a se identificar com a ideia de que não existe problema até que decidam agir sobre ele.

Usar exemplos cotidianos faz com que as abstrações se tornem palpáveis, conectando os conceitos com a realidade das pessoas. O controle das finanças, assim como muitas outras situações do cotidiano, não é algo distante da vida das pessoas; é algo que está ao alcance delas, desde que decidam encarar a situação de frente. E é isso que tento transmitir: que, na vida, muitas vezes, a chave está em simplesmente dar o primeiro passo, em tomar uma ação que nos leve a transformar a teoria em algo prático e eficaz.

Aplicação ao Planejamento Estratégico e Empresarial

Às vezes me pego pensando em como a mesma abordagem que usamos para lidar com os problemas pessoais pode ser aplicada ao mundo dos negócios. Na minha visão, não há uma linha clara que separe a forma como lidamos com os desafios da vida pessoal dos desafios que surgem no campo profissional. O que aprendi é que a estrutura de resolução de problemas – perceber o que é um problema real, distinguir entre preocupação e problema e agir de maneira eficaz – pode ser aplicada tanto na vida pessoal quanto no mundo corporativo. E isso traz uma integração que, muitas vezes, falta nas abordagens tradicionais.

O que percebo, e o que tento transmitir, é que essa conexão entre a vida pessoal e profissional não é apenas possível, mas essencial. Muitos profissionais se esquecem que as mesmas habilidades de resolução de problemas que usamos em casa podem ser aplicadas com sucesso nos negócios. E, da mesma forma, ao integrar essas duas esferas, encontramos uma maneira mais coesa de agir, sem fragmentar a nossa maneira de lidar com a vida. A resolução de problemas é um processo universal, que atravessa todas as áreas da nossa existência.

Conclusão

Essa abordagem sobre como vemos e lidamos com os problemas reflete uma maneira mais flexível e humana de entender nossas dificuldades. Ao perceber que um problema só existe quando decidimos que ele deve ser tratado, me liberto da ideia de que os problemas são algo impositivos e inevitáveis. Ao distinguir entre preocupação e problema, percebo que muitas das minhas ansiedades são, na verdade, distrações que me impedem de focar no que realmente importa.

Encarar a resolução de problemas não apenas como um processo mental, mas como um compromisso com a ação, me permitiu ver o quanto somos responsáveis pela forma como escolhemos enfrentar as adversidades. E, por fim, a aplicação desses conceitos, tanto na vida pessoal quanto nos negócios, me ajuda a encontrar uma maneira mais integrada e eficaz de lidar com o que a vida nos apresenta. Acredito que essa visão holística me torna mais capaz de agir de forma reflexiva e fundamentada, seja em casa, seja no trabalho, tornando a minha vida mais simples e, ao mesmo tempo, mais rica em possibilidades.