Transformando Crises em Oportunidades: A Escolha é Sua

Não é o fim do mundo…

ou
Para quando você acreditar que as coisas estão muito difíceis

Você provavelmente já notou que todo ano, independente da época, do cenário econômico e social, se é ano de Copa, Olimpíadas ou eleições, as pessoas sempre reclamam que suas vidas não estão como gostariam por causa da crise.

O mais curioso é que quando perguntamos qual o motivo da crise ou pedimos que nos descrevam como a tal crise é e como ela está afetando a vida das pessoas, a maioria responde com silêncio ou com frases enlatadas oferecidas pela mídia em geral, desde o jornal local até as grandes redes de comunicação.

Aliás, a comunicação é algo interessante. Segundo o dicionário, comunicação é o ato de comunicar e comunicar é um verbo transitivo direto que significa, entre outras coisas, fazer saber, tornar comum, participar, transmitir, ou seja, você (e todos nós) é informado que aquele momento ou situação é de determinada maneira e pronto, não havendo mais o que dizer ou explicar.

– Como assim! – você deve estar se perguntando um tanto indignado, e essa é exatamente a magia da comunicação. Você foi informado e agora já sabe que a crise existe, então aceite a informação e com ela a oportunidade imperdível de colocar a culpa de toda e qualquer situação na qual você estiver inserido e que não esteja como você gostaria, na crise.

Isso mesmo, a crise é a grande e única culpada por seus insucessos.

Talvez o único problema nesta situação de crise, seja quando você olha para o lado e vê outras pessoas conquistando o sucesso e vivendo uma realidade completamente diferente da sua, como se no mundo delas os problemas, as dificuldades e a tal da crise não existissem.

A parte mais difícil de aceitar nesta comparação, talvez seja o fato de que do lado deles existe satisfação, alegria e sucesso, e do outro lado, onde você acredita que está, só existe a crise e mais sacrifício.

Embora você tenha sido informado, o que mais existe é desinformação, alimentada por ondas de fakenews e pelo hábito comum de lermos apenas as manchetes e deduzirmos o conteúdo da notícia, e isso só serve para aumentar a inércia e a sensação de desamparo.

Ah! Mas se você está do lado onde tudo vai bem, continue lendo, tenho uma dica que acredito que considerará interessante.

E voltando ao lado negro da crise, ainda existe mais um fato bastante recorrente e incômodo, todas as vezes em que você começa a acreditar que a situação está melhorando, algo acontece e tudo se complica outra vez ou fica mais complicado ainda, caso você não tenha conseguido se livrar da crise anterior.

Todavia, tenho uma informação, no mínimo curiosa, para lhe dar: você não está sozinho nesta aventura. Segundo pesquisa da PWC, quase 8 em cada 10 (77%) líderes brasileiros enfrentaram pelo menos uma crise corporativa nos últimos 5 anos. O percentual está acima da média mundial de 69%. (fonte).

Contudo, sei que quando temos um problema, não importando seu tamanho, ele acaba absorvendo toda nossa energia, e os problemas alheios por piores que sejam, nos soam pequenos e irrelevantes diante do nosso.

Anos atrás durante um destes momentos, um amigo contou-me uma história baseada em uma antiga piada sobre uma grande empresa e seu presidente que havia renunciado recentemente. Infelizmente, o amigo não soube indicar o autor e a pesquisa na internet sugeriu diversos nomes diferentes.

A história conta basicamente que o presidente ao renunciar chamou seu sucessor e lhe entregou 3 envelopes numerados de 1 a 3, e o orientou a abrir o envelope marcado com o número 1 quando uma crise se instala-se e tudo ficasse muito difícil. Orientou ainda que somente abrisse os outros envelopes caso surgissem novas crises e, sorrindo, acrescentou: “- E acredite, elas virão.”

E desejando sucesso ao seu substituto, apertou-lhe a mão e foi embora.

Cerca de um ano depois daquela despedida, o novo presidente identificou um grande problema na empresa, cuja solução lhe escapava. Ao começar a entrar em crise, ele recordou-se dos 3 envelopes e tomando-os em suas mãos, abriu o primeiro.

Dentro do envelope havia apenas um cartão com os seguintes dizeres:

“Reúna todo o pessoal da empresa, exponha o problema e coloque a culpa no seu antecessor.”

Assim ele fez e a situação melhorou e o dia a dia da empresa voltou ao normal até que outro ano se passou e os problemas ressurgiram. Então, ele imediatamente abriu o segundo envelope e leu o seu cartão.

“Minimize o problema, exalte as capacidades da equipe e conclame a união de todos para uma reorganização.”

Mais uma vez a empresa decolou e, após algum tempo, mais uma vez a crise se instalou. Como nas vezes anteriores, que aparentemente deram certo, ele abriu o terceiro envelope, leu e surpreso, deixou-se cair sentado, pois estava escrito:

“Prepare 3 envelopes e…”

Embora eu não tenha conseguido encontrar a graça desta piada, entendi que esta história se refere ao mundo dos negócios, mas também serve muito bem para nossa vida pessoal e nos ensina que o caminho mais fácil nem sempre é o melhor e que se algo deu errado antes, é provável que dê errado novamente se nada mudarmos durante a execução.

Entretanto, é preciso levar em consideração que toda crise é sempre uma questão estritamente individual, onde para alguns a situação chega a ser uma catástrofe, enquanto para outros a mesma situação é vista como uma oportunidade a ser aproveitada.

Refletindo sobre isso, resolvi escrever minha própria versão desta história, a qual compartilho com você agora.

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Certo dia, um monge a quem todos julgavam ter todas as respostas, estava sozinho e refletindo sobre o poder avassalador que a expressão “e se” exerce sobre nossas existências.

E se tudo der errado? E se eu não for forte o suficiente, sábio o suficiente, capaz o suficiente para enfrentar as crises que insistem assolar nossas vidas?

E refletindo, decidiu transformar suas respostas em conselhos para si mesmo, para quando essas indagações se tornarem realidade e o peso das respostas grande demais.

Pegou então três envelopes e alguns papeis e começou a escrever. No primeiro envelope desenho um grande número 1, depois apanhou uma folha de papel e escreveu o seguinte:

“Não é o fim do mundo, é só o fundo do poço.

Então, transforme seu potencial em potência e saía logo daí!”

Dobrou a folha, colocou-a dentro do envelope e o lacrou. Tomou outro envelope, o numerou como 2 e escreveu em outra folha:

“É só uma questão de crenças.

Hoje você acredita que nada pode dar certo.

Mude isso! Comece acreditando em si mesmo.

Eu já acredito!”

Lacrou o segundo envelope, pegou o terceiro e escreveu sobre outra folha:

“Você considera que sua carga é pesada demais.

Acredita que é muita coisa para carregar sozinho.

Então, está esperando o quê?

Peça (e aceite) ajuda!”

 

Fechou o último envelope e colocou-o juntos aos outros. Apanhou outra folha e escreveu de um lado:

“Para quando você acreditar que tudo está muito difícil”

Virou a folha e escreveu do outro lado:

“Siga estas orientações:

– Pegue cada envelope na ordem da numeração;

– Permita-se abrir somente um envelope de cada vez;

– Abra o envelope, leia, reflita e aja imediatamente;

– Espere algum tempo e avalie o resultado de sua ação;

– Se ou quando a situação voltar a ficar difícil, abra o próximo envelope.”

Ao terminar de escrever, dobrou a folha ao meio e colocou os três envelopes dentro dela, cuidando para que as instruções também ficassem do lado de dentro.

Respirou fundo, levantou-se e seguiu em frente com suas atividades diárias, acreditando que nunca precisaria abri-los, até o dia em que pegou o primeiro envelope… e o abriu.

◊♦◊♦◊

Independente de como você se encontra diante de um momento de crise, seja como indivíduo, seja como gestor de pessoa jurídica ou apenas de suas tarefas, o importante é a sua atitude pessoal.

Problemas e crises sempre existirão, fazem parte de nossas vidas. Contudo, é essencial entendermos que estes são momentos em que é necessário acreditarmos no nosso próprio talento e no de nossas equipes e aceitarmos que nem sempre conseguiremos resolver nossos problemas sozinhos.

Como gestores, é fundamental ter consciência de como nos vemos durante situações de crise, se somos capazes de ver além dela e portanto, conseguimos agarrar as oportunidades ou se permanecemos estáticos aguardando a situação melhorar.

Enquanto empresas, é uma atitude correta não compartilhar toda e qualquer informação com os subordinados, entretanto, em momentos de crise a situação é perceptível e até palpável. Nessas horas é importante dividirmos algumas informações, unindo forças sob um mesmo objetivo: vencer a crise e manter nosso status quo, seja como empresário, seja como empregado.

Agora responda: você culpa o antecessor e depois sai de cena ou se esforça para melhorar e evolui?

Seja qual for sua resposta, lembre-se de que crises sempre existirão e que o essencial é como você vai classificá-las, se como problema ou como oportunidade. Pense nisso.

Comentário Final:

Este texto reflete sobre como lidar com crises e como a nossa percepção pessoal pode influenciar a forma como enfrentamos as dificuldades. Ao longo da reflexão, encontramos um paralelo interessante com outros artigos já publicados, como em [“Não é o fim do mundo…”], que nos lembra que crises podem ser encaradas como oportunidades ou problemas, dependendo de nossa atitude pessoal. Além disso, a ideia de “adaptar-se à crise” também ressoa com o conceito apresentado em [“Entre o agora e o nunca”], onde a ação no presente define a nossa capacidade de superar desafios futuros. A escolha de como reagir a uma crise, seja pessoal ou profissional, também se conecta ao artigo [“A vida não é só preto e branco”], que nos convida a refletir sobre os julgamentos e as decisões que tomamos diante de circunstâncias complexas.

Convite:

Gostou desta reflexão sobre como enfrentar momentos de crise e transformação? Convido você a conhecer mais sobre esses temas nos meus livros, onde compartilho ainda mais insights sobre como lidar com as adversidades da vida e encontrar oportunidades até nos momentos mais desafiadores. Não deixe de explorar essas ideias mais profundamente!

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A Essência Por Trás das Minhas Palavras

A Metáfora dos Envelopes: Uma Estrutura Narrativa Original

Quando pensei na metáfora dos “três envelopes”, o objetivo não era apenas criar uma forma de narrativa diferente, mas sim algo que fizesse o leitor se conectar de uma maneira mais profunda com a reflexão sobre a crise e o enfrentamento das adversidades. Eu queria que, ao imaginar esses envelopes, as pessoas se vissem interagindo diretamente com as ideias, quase como se estivessem seguindo um caminho, um guia pessoal para lidar com as dificuldades da vida. Cada envelope, com seu foco único, oferece uma forma concreta de lidar com algo abstrato como a crise. A primeira mensagem, de transformação pessoal, traz a ideia de que a crise não é um fim, mas uma virada de chave, um fundo de poço do qual podemos sair mais fortes. A segunda, sobre mudar crenças, é um convite a repensar a forma como nos vemos e acreditamos em nós mesmos. E o terceiro envelope, que fala sobre pedir ajuda, é o lembrete de que não estamos sozinhos — é necessário aceitar apoio para poder crescer. Essa construção simbólica, com seus diferentes caminhos de ação, ajuda a criar uma narrativa que vai além de conselhos simples; ela propõe um processo contínuo de reflexão e transformação pessoal, em que cada decisão nos conduz a um novo patamar.

A Crise como Oportunidade e o Papel da Atitude

Sempre que me deparo com uma crise, uma parte de mim quer correr para encontrar uma solução rápida, uma resposta que ponha fim ao sofrimento. No entanto, algo dentro de mim me diz que esse impulso não é o mais adequado. Eu acredito que a crise pode ser uma oportunidade — não apenas um evento negativo a ser superado, mas uma chance de transformação pessoal, uma oportunidade de reescrever nossa própria história. Quando criei o personagem do monge que se questiona sobre o “e se”, eu quis dar voz a esse dilema existencial que todos enfrentamos. No fundo, a verdadeira transformação começa quando passamos a questionar nossas próprias crenças e a redefinir nossa relação com o mundo. A maneira como enxergo as crises é bem pessoal. Não dou respostas prontas, porque sei que não existem fórmulas mágicas. O que faço é destacar a importância da atitude diante da adversidade — a maneira como reagimos, como refletimos internamente, é o que pode realmente mudar o rumo das coisas. A crise não é apenas sobre o que acontece externamente, mas sobre a mudança interna que podemos provocar a partir dela.

A Interação entre Crise Pessoal e Corporativa

Quando penso nas crises, seja no âmbito pessoal ou no profissional, percebo que, muitas vezes, tratamos essas esferas de forma isolada. Como se o que acontece em nossa vida pessoal não tivesse impacto no nosso trabalho, e vice-versa. Mas a realidade é muito mais complexa. A forma como lidamos com as adversidades no nosso dia a dia, com nossos sentimentos e crenças, reflete diretamente nas nossas atitudes no ambiente de trabalho. Por isso, fiz questão de explorar essa fusão entre crises pessoais e corporativas, trazendo a ideia de que ambas exigem um olhar atento sobre a atitude interna e a colaboração. Quando fiz a piada sobre o presidente e seus envelopes, tentei trazer à tona a ideia de que as crises, muitas vezes, são tratadas superficialmente, sem que haja uma análise mais profunda. No entanto, a solução não está apenas em abordar o problema de maneira técnica, mas em aplicar as mesmas lições de autoconhecimento e reflexão pessoal tanto no ambiente corporativo quanto na vida pessoal. Essa conexão, entre o que acontece dentro de nós e o que acontece à nossa volta, é um dos pontos que tento transmitir: o crescimento não está restrito a uma esfera ou a outra; ele deve ser integrado.

A Crise como Incerteza e Possibilidade de Crescimento

Quando penso na incerteza que acompanha a crise, uma sensação de desconforto surge. Mas é aí que começa a verdadeira reflexão. A incerteza, muitas vezes, é encarada como um fardo, algo a ser temido e evitado. No entanto, eu vejo a incerteza como uma porta aberta para o crescimento. O “e se…” que aparece nas crises, aquele questionamento que nos consome, é uma oportunidade de reflexão filosófica. Ele nos coloca diante do mistério da vida, nos convida a encarar o desconhecido. A frase “não é o fim do mundo, é só o fundo do poço” tem o propósito de ressignificar a crise. Ao invés de vê-la como algo definitivo e destruidor, a proposta é enxergá-la como um ponto de partida, algo que pode ser transformado. Quando digo que a crise pode ser um catalisador de crescimento pessoal, não estou apenas sugerindo uma solução rápida, mas propondo uma mudança na forma como a vivemos. Não se trata apenas de encontrar uma resposta; trata-se de entender que a atitude diante da crise é o que determina se ela será um período de sofrimento ou de aprendizado.

O Conceito de “Desinformação e Comunicação”

O conceito de comunicação sempre me intrigou. Como as narrativas são moldadas, como as histórias são contadas pela mídia, como algo pode ser transformado em uma crise maior do que realmente é. A forma como a crise é apresentada, amplificada pelas massas, se torna, muitas vezes, uma realidade que não corresponde à verdadeira natureza do problema. Quando trago isso para o contexto da crise pessoal, estou tentando sugerir que muitas vezes aceitamos essas narrativas prontas sem questioná-las. Elas moldam nossa percepção do que está acontecendo em nossas vidas, criando uma crise que não é necessariamente nossa, mas que se torna parte da nossa experiência, simplesmente porque acreditamos nela. Essa desconexão entre o que é real e o que é imposto externamente é algo que tento destacar. A crise não é só o que acontece com a gente; muitas vezes, é o que a sociedade decide que deve ser visto como uma crise.

O Desafio do Crescimento Pessoal Contínuo

No final das contas, o que busco transmitir é que a crise não é algo que pode ser evitado ou ignorado. Ela faz parte da vida e, como tal, devemos aprender a lidar com ela. No entanto, o que realmente podemos controlar é como reagimos a ela. A reflexão sobre como encaramos as crises, como elas nos moldam ou nos quebram, é o que, de fato, nos faz crescer. Ao propor essa visão mais profunda, não estou oferecendo uma solução fácil ou rápida, mas sim um convite para uma reflexão constante. As crises são inevitáveis, mas a forma como decidimos enfrentá-las — com equilíbrio, com autoconhecimento, com a atitude certa — é o que realmente importa.

Conclusão

A ideia de que a crise pode ser uma oportunidade de crescimento é algo comum, mas a forma como estruturo essa reflexão, a metáfora dos envelopes, o casamento entre a experiência pessoal e o corporativo, o questionamento da comunicação de massa — tudo isso forma uma teia de ideias que convida o leitor a ver as crises de uma maneira mais profunda e integrada. Não estou apenas propondo como lidar com as crises; estou questionando como as vemos, como somos condicionados a enxergá-las, e como essa percepção pode transformar nossa experiência com elas. Essa é a essência que procuro transmitir: uma abordagem mais ampla, mais filosófica, que vai além da superfície.