O Que Queremos Realmente?
Você já pensou no que quer mais, ou no que você não quer mais?
Para falar a verdade, eu sempre considerei essa pergunta meio ambígua. O que está sendo perguntado com esse quer mais? Esse quer mais significa que eu gosto muito de determinada coisa e quero vê-la sempre ou significa que eu gosto muito de determinada coisa e devido a isso quero mais quantidade ou maior volume dela?
Para qualquer outra pessoa que não seja nós mesmos a resposta para essa pergunta, seja ela qual for, é completamente irrelevante porque a resposta sempre será pessoal. A resposta até pode servir para estatísticas e estratégias de marketing ou ser usada meramente para satisfazer alguma curiosidade, mas é só.
Conhecer o que quero mais ou o que não quero mais é algo estritamente pessoal e é importante para o autoconhecimento.
Quanto mais conhecemos o nosso querer, mas refinamos os nossos objetivos e o nosso propósito. Saber o que realmente queremos é um dos maiores desafios que enfrentamos em nosso dia a dia. Inúmeros equívocos e um sem número de problemas não existiriam se nós soubéssemos responder essa pergunta.
Curiosamente, qualquer que seja a resposta que apresentarmos ela impactará nossa felicidade, independentemente se nosso querer ou nosso não querer represente de fato, ser ou ter mais.
Para alguns, ser feliz é ter mais, enquanto para outros é ser mais e é justamente aqui que encontramos a palavra mais relevante na pergunta inicial, ou seja, a palavra mais importante é mais.
Não nos basta querer, ser ou ter, pois, nossa felicidade se baseia na contínua substituição ou ampliação dos nossos objetivos ou da satisfação dos nossos desejos.
Toda vez que conquistamos um objetivo ficamos felizes com a vitória, ficamos felizes e satisfeitos com o sucesso alcançado.
Preciso abrir um parêntese para um breve comentário: é preciso lembrar que alcançar o sucesso nem sempre equivale a ganhar. Também alcançamos o sucesso quando perdemos algo que tínhamos em excesso, quando conseguimos dividir ou diminuir problemas e tantos outros exemplos aparentemente negativos.
Voltando ao assunto, ficamos felizes e satisfeitos até que aquele fato que nos fez felizes já não seja suficiente e gradualmente vamos deixando de nos sentir satisfeitos por aquele motivo.
Nossa felicidade insatisfeita sempre quer mais, aliás, precisa continuamente de mais para existir.
Então, você já pensou no que quer mais, ou no que você não quer mais?
Uma boa maneira de começar a responder essa pergunta é definir o que você não quer mais. Para facilitar, você pode subdividir a resposta em três colunas:
— a primeira será daquilo que você não quer mais ver, saber, ouvir ou sequer tomar conhecimento, sejam objetivos, situações, pessoas ou sentimentos;
— a segunda, daquilo que você já tem o bastante e mesmo gostando delas não quer mais, seja porque está saturado, porque seria desperdício ou não tem tempo ou recursos para aproveitar esse mais; e
— a terceira, daquilo que você já tem e considera ter o suficiente, mesmo que esse suficiente seja pouco e, independentemente do motivo, não quer ter ou ver mais ou ainda, quer desfazer-se das que tem.
Para responder o que você quer mais é só executar um processo similar e pronto!
Todavia, existe um ponto muito importante a ser observado. Essas listas daquilo que queremos ou não queremos mais ainda se subdividem em mais dois tipos.
Um tipo que, devido à natureza insatisfeita da nossa felicidade, irá mudar com frequência, ora sendo ampliada, ora sendo reduzida, ora mudando completamente, e outro tipo que de certa forma se consolidará e definirá as coisas e situações que declaradamente gostamos muito ou não e, devido a isso, consideramos que sempre iremos querer mais ou ao contrário, não iremos querer mais nem saber.
Eu, por exemplo, nunca me canso de tomar sorvete e é algo que sempre quero mais.
O fato de querer mais ou não determinadas coisas nos define, pois, elas refletem nossas escolhas e influenciam nossas decisões. O que aceitamos ou não aceitamos nos define enquanto indivíduos e nos molda como cidadãos.
Como gestores, é imprescindível entender que essa nossa felicidade insatisfeita deve ser levada a sério, e muito.
É óbvio que não é possível atender todas as demandas oriundas do querer mais ou do não querer mais, entretanto estarmos atentos nos permite identificar as tendências que mais impactam o dia a dia de nossa vida pessoal ou empresarial.
Atender às demandas que respondam positivamente a estas tendências, cria um senso de identidade comum a todos os colaboradores e contribui enormemente para o estabelecimento de um clima organizacional favorável ao desenvolvimento do negócio, além de manter a empresa em sintonia com o mercado e apta a agir e reagir prontamente às suas evoluções.
Agora, você já pensou no que você quer mais, ou no que você não quer mais para você mesmo e para sua empresa?
Conhecer a resposta destas perguntas é mais que bom, é o melhor para você, é o melhor para seus negócios, é o melhor para sua vida!
Comentário Final:
A reflexão sobre a “felicidade insatisfeita” e o desejo contínuo de mais pode ser relacionada a outras questões de autoconhecimento e gestão pessoal e profissional. O processo de buscar mais ou não querer mais nos leva a refletir sobre o que realmente valorizamos, e isso se conecta com as ideias abordadas em artigos como [Felicidade Insatisfeita], [A vida não é só preto e branco], onde discutimos as complexas escolhas e valores. A identificação do que queremos e não queremos também é central no artigo [Confeiteiro de Emoções], que fala sobre como a gestão emocional pode impactar a vida pessoal e profissional. Assim como em [Afinal o que é ser Líder], em que a compreensão do próprio propósito pode ser um grande diferencial para quem ocupa uma posição de liderança.
Convite:
Se essas reflexões sobre autoconhecimento, felicidade e liderança te instigaram, convido você a conhecer os meus livros, onde compartilho mais sobre esses temas e a importância de compreendermos profundamente nossos desejos e objetivos. Eles podem te ajudar a aprimorar ainda mais suas escolhas pessoais e profissionais.

A Essência Por Trás das Minhas Palavras
Reflexão sobre o “querer mais” e o “não querer mais”
Ao refletir sobre o conceito de felicidade, me dei conta de que muito dessa busca incessante por mais está, na verdade, ligada à nossa incapacidade de nos contentarmos com o que já temos. Foi interessante perceber que a felicidade não está apenas na busca contínua por “mais”, mas também na escolha do que “não queremos mais”. Ao dividir essa reflexão em três categorias claras e bem definidas — o que você não quer mais, o que você já tem o suficiente e o que você quer mais — criei uma estrutura para ajudar a entender melhor a relação entre desejo, satisfação e insatisfação. A ideia de ver a felicidade através dessa ótica não é algo que costuma ser abordado de forma tão estruturada em outras discussões sobre o tema.
A relação com o autoconhecimento
No processo de reflexão sobre o que realmente queremos ou não, percebi que isso vai muito além de uma simples busca material ou emocional. Esse processo de autoconhecimento tem um papel fundamental na construção de uma vida mais satisfatória. Para mim, entender nossos desejos, tanto os que queremos explorar como os que já não nos servem mais, é um passo essencial para o nosso desenvolvimento pessoal. Ao refletir sobre o impacto que nossas escolhas têm no rumo da nossa vida, percebi que muitas vezes nem paramos para questionar o que, de fato, nos move. Essa conexão entre autoconhecimento e a felicidade, no fundo, é uma maneira mais profunda de enxergar nossas decisões cotidianas e de como elas podem afetar a maneira como lidamos com nossas emoções e desafios.
A felicidade insatisfeita como parte da existência humana
O conceito de uma “felicidade insatisfeita” surgiu de uma maneira quase natural enquanto eu tentava entender a relação que temos com a busca contínua por mais. Descobri que, muitas vezes, essa busca por satisfação parece ser parte intrínseca da nossa natureza humana, uma espécie de desejo eterno de crescer e alcançar. Isso me levou a questionar a ideia comum de que a felicidade está na conquista de objetivos fixos ou concretos. Ao invés disso, percebi que a verdadeira felicidade poderia estar no processo contínuo de mudança e adaptação, na constante jornada de evolução. A felicidade, então, não é algo a ser alcançado, mas algo a ser experimentado ao longo do caminho, mesmo sabendo que talvez nunca cheguemos a um ponto de completa satisfação.
Conexão com o ambiente corporativo
Ao transitar do nível pessoal para o corporativo, comecei a refletir sobre como essas ideias se aplicam a um contexto organizacional. A insatisfação e o desejo de mais não se limitam ao indivíduo, mas também impactam diretamente as decisões dentro de uma empresa. Percebi que, para manter uma boa dinâmica organizacional, as empresas precisam entender e responder a essas necessidades internas, respeitando a busca por mais que é uma característica humana universal. Esse conceito, que para muitos poderia parecer apenas uma abstração filosófica, ganha um peso real quando pensamos em como ele pode influenciar a motivação das equipes e o alinhamento das organizações com as demandas de um mercado em constante mudança.
Equilíbrio entre o individual e o coletivo
Quando falei sobre a gestão de empresas, fui levado a perceber como a busca pela satisfação individual pode se refletir no coletivo dentro de uma organização. De certa forma, a forma como as pessoas buscam a realização de seus próprios desejos e necessidades pode ser um reflexo da busca coletiva por satisfação no trabalho, pelo pertencimento e pela realização dentro de uma equipe. Nesse sentido, o autoconhecimento individual é uma chave importante para compreender como as estratégias coletivas podem ser moldadas para um equilíbrio maior, onde tanto os indivíduos quanto o coletivo possam crescer juntos.
Conclusão
Em resumo, minha reflexão sobre a felicidade não se limita a um objetivo fixo ou a um estado definitivo de satisfação. Ao pensar sobre a felicidade como uma dinâmica de constante adaptação, consigo conectar as esferas pessoal e empresarial de uma maneira que mostra que, mais do que alcançar algo concreto, é a jornada de autoconhecimento, insatisfação e constante evolução que dá forma à nossa busca por realização e crescimento.