Onde você se sente acolhido?

Outro dia recebi uma mensagem por correio eletrônico que continha o link para uma palestra da Paola Carosella, ‘Chef’ renomada e pessoa pública encantadora. A palestra era sobre o ‘Day One’ dela, que de um ponto de vista geral tem um conteúdo excelente.

Após terminar de assisti-la, fiquei rememorando o que acabara de ouvir e percebi que uma pergunta que ela faz durante a palestra havia me impactado muito.

“Onde você se sente acolhido em sua própria vida?”, foi a pergunta.

No caso dela, ela diz que a cozinha a acolheu. No meu caso, confesso que naquele momento não fazia a menor ideia da resposta.

Restou-me então procurar compreender melhor o conceito do acolhimento e encontrei as seguintes definições:

— maneira de receber ou de ser recebido; recepção; consideração.

— abrigo gratuito; hospitalidade.

Ainda pensando na forma como ela dispôs a pergunta e dentro do contexto apresentado, eu interpretei as definições sobre onde me sinto acolhido como o lugar (que pode ser físico ou imaterial) onde, naqueles momentos que considerei mais difíceis de suportar, momentos nos quais passei a perder a fé e a esperança em encontrar uma solução que me socorresse, fui encontrado e resgatado de mim mesmo. Este lugar não lhe questiona nada, não condiciona nem exige, apenas recebe, aceita e espera e depois de algum tempo lhe apresenta opções como incentivo, sendo que na maioria das vezes não existe pressão para que tomemos qualquer atitude, nem no início, nem de você mesmo.

Levei muito tempo para identificar este lugar em minha vida e houve momentos em que cheguei a pensar que no meu caso ele não existia.

Todas às vezes em que chegava a alguma conclusão, percebia logo depois a inevitável sequência de cobranças e exigências condicionantes. Eu era acolhido, mas…

Contudo, para ficar, haviam condições, imposições, obrigações que eu não estava disposto a aceitar ou não consegui aceitar, então a busca por aquilo que me faria sentir bem, sentir completo, recomeçava.

Demorei muito para realmente entender o que eu buscava, ou melhor, o que eu precisava. Eu precisava era encontrar um lugar onde eu me sentisse importante, aliás, não importante, mas necessário.

Não! Isso não tem nada a ver com ego!

Eu precisava de um lugar onde eu pudesse fazer a diferença, por menor que fosse. Precisava de um lugar onde as pessoas reconhecessem minha presença e sentissem minha ausência.

Acredito que possa resumir isso como precisar ser parte de um lugar que é maior que a soma de suas partes.

Eu encontrei esse lugar na paternidade e ela me acolheu.

No mundo dos negócios não difere em nada, tanto do ponto de vista da própria empresa quanto do ponto de vista dos colaboradores.

Onde no universo do mundo dos negócios você considera que sua empresa é acolhida? Qual resposta ela dá às necessidades do mercado? Onde ela faz a diferença? O quanto ela é relevante a ponto de ser reconhecida e sua ausência percebida?

Para essas perguntas, tanto faz se estamos falando da marca propriamente dita ou se estamos nos referindo aos produtos e serviços que ela produz ou comercializa.

Como gestores é imprescindível que façamos estas mesmas perguntas em relação aos nossos colaboradores.

A empresa na totalidade, seus departamentos de forma isolada, seus gestores e toda a equipe é acolhedora?

Procuramos construir e manter um clima organizacional propício para que o acolhimento aconteça ou somente nos ocupamos e nos preocupamos com o atingimento de metas e objetivos, cronogramas e índices de produtividade?

Criar um ambiente positivo e hospitaleiro onde as pessoas se sintam acolhidas e seguras, transforma nossas empresas em locais especiais onde nossos colaboradores consideram um excelente lugar para trabalhar, porque essa percepção vai muito além da relação atividade ‘versus’ salário + benefícios.

A primeira reação percebida em empresas assim é o sentimento geral de fazer parte de algo, ou seja, de que não estamos mais sozinhos.

A resposta emocional imediata é a gratidão, seguida pela fidelidade, tendo como efeito colateral positivo uma equipe mais engajada e motivada.

Agora é minha vez de passar a pergunta para frente.

Onde você se sente acolhido em sua vida?

Reflita, encontre este lugar e construa a partir daí o melhor momento da sua vida.

Comentário Final

O texto nos convida a refletir sobre o conceito de acolhimento em nossas vidas e como ele é essencial, tanto em momentos pessoais como profissionais. A ideia de encontrar um lugar ou uma situação onde nos sentimos necessários e aceitos é poderosa e transforma a maneira como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. A jornada do autor nos leva a pensar sobre como, muitas vezes, buscamos esse acolhimento sem saber exatamente o que procuramos, até que ele se revele de maneira clara, como aconteceu com a paternidade. Ao transitar para o universo corporativo, o autor habilmente conecta esse sentimento de acolhimento à importância de criar um ambiente de trabalho que realmente valorize o ser humano, onde os colaboradores se sintam parte de algo maior. É uma chamada à liderança mais humanizada e à construção de uma cultura organizacional baseada no respeito e no reconhecimento, algo que todos devemos buscar em nossas vidas pessoais e profissionais.

Convite

Se você também se sente tocado por essa reflexão sobre acolhimento, convido-o a conhecer mais sobre o meu trabalho. Tenho diversos artigos que aprofundam temas relacionados ao crescimento pessoal e profissional, além de livros que abordam como encontrar propósito e fazer a diferença em nossa jornada. Acredito que o acolhimento não é apenas um conceito, mas uma prática diária que podemos cultivar em todos os espaços que ocupamos. Vamos seguir refletindo e construindo juntos um mundo mais empático e acolhedor. Explore mais sobre minhas ideias e histórias nos meus outros artigos e livros!

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A Essência Por Trás das Minhas Palavras

Exploração de um Conceito Profundo e Subjetivo

Ao refletir sobre o conceito de “acolhimento”, percebo que ele vai muito além de uma definição simples ou genérica. Acolhimento é algo profundamente pessoal e subjetivo para mim, e a forma como me conecto com esse conceito transcende explicações abstratas. No meu entendimento, acolher não é apenas dar espaço ou oferecer conforto, mas permitir que o outro se recupere e descubra seu próprio lugar no mundo, seja em um ambiente pessoal ou profissional. O que mais me toca nessa ideia é como ela se relaciona diretamente com a vida das pessoas, não como uma ideia teórica, mas como algo que se reflete nas experiências reais. A experiência da paternidade, por exemplo, me faz entender o acolhimento de uma maneira única. Ser pai me trouxe uma perspectiva diferente sobre a necessidade de cuidar e oferecer um espaço onde o outro possa, livre de imposições, se encontrar e se desenvolver. Isso me fez refletir sobre como podemos aplicar essa visão de acolhimento no ambiente corporativo, criando um espaço seguro para que as pessoas se sintam realmente parte de algo maior.

A Ponte Entre o Pessoal e o Profissional

A grande questão que surge ao refletir sobre o acolhimento é como trazer esse conceito, que tem um papel tão fundamental nas relações pessoais, para dentro do ambiente corporativo. Não consigo mais ver o acolhimento como algo restrito às questões íntimas da vida. Acredito que, quando pensamos em acolhimento, devemos pensar também na criação de uma cultura organizacional que tenha essa essência de oferecer apoio genuíno aos seus membros. Quando um ambiente de trabalho é acolhedor, ele tem um impacto direto na motivação das pessoas. As relações interpessoais dentro de uma empresa se tornam mais fortes, e as equipes tendem a ser mais engajadas. Eu vejo esse conceito de acolhimento como uma chave importante para melhorar as dinâmicas de liderança e gestão. Empresas que promovem essa mentalidade estão não apenas tratando de números e resultados, mas do ser humano por trás desses números, criando uma forma de gestão que respeita e valoriza o pertencimento de cada indivíduo.

Integração de Diversos Domínios de Reflexão

O que mais me fascina ao refletir sobre o acolhimento é como ele atravessa diferentes esferas do conhecimento. A psicologia, a filosofia, a gestão empresarial, e até questões sociais se entrelaçam quando penso nesse conceito. O acolhimento não se resume ao simples ato de receber alguém, mas envolve uma compreensão profunda do que significa pertencimento, da importância da segurança emocional e de como o ambiente ao redor pode impactar no desenvolvimento de cada pessoa. Ao aplicar essas ideias, vejo como o acolhimento pode não só transformar a experiência pessoal, mas também moldar a motivação e o comportamento no trabalho. Quando trago teorias filosóficas e psicológicas, como a de Maslow, e as conecto à prática organizacional, percebo que o conceito de acolhimento tem uma grande relevância na criação de ambientes de trabalho mais humanos e eficientes.

  1. Simplicidade e Profundidade

Uma das questões que mais me importam ao falar sobre temas tão profundos e introspectivos é como manter a acessibilidade do discurso sem perder a profundidade. Para mim, a reflexão sobre acolhimento não precisa ser densa e inacessível. O objetivo é sempre manter uma comunicação clara, de modo que qualquer pessoa, independentemente de seu background, consiga se conectar com a ideia. Não é porque estamos lidando com questões existenciais ou filosóficas que precisamos complicar o entendimento. Pelo contrário, a reflexão deve ser acessível, como uma conversa entre amigos, para que as ideias possam circular e impactar de maneira verdadeira e prática. Acredito que é esse equilíbrio entre profundidade e clareza que torna uma reflexão mais genuína e significativa.

  1. A Questão da Necessidade de Ser “Necessário”

Uma das ideias mais poderosas que venho refletindo é a diferença entre ser “importante” e ser “necessário”. Quando falo sobre a busca por um lugar onde me sinta necessário, estou me referindo a algo mais autêntico e essencial do que o simples reconhecimento ou status. A ideia de ser necessário traz consigo a noção de que minha contribuição tem um impacto real e tangível em algo maior. Não se trata de busca por validação, mas de querer fazer parte de algo significativo, de encontrar um propósito genuíno. Esse conceito de necessidade vai além do ego, é algo que toca o cerne da minha própria identidade e do meu desejo de pertencimento, seja na minha vida pessoal ou no ambiente de trabalho.

Conclusão

Ao refletir sobre o conceito de acolhimento, percebo como ele pode ir além das relações pessoais, alcançando também o mundo corporativo de maneira impactante. Acolher não é simplesmente oferecer um espaço físico, mas criar um ambiente onde as pessoas se sintam verdadeiramente parte de algo, onde sua contribuição seja necessária e valorizada. Quando conseguimos integrar essa visão no ambiente de trabalho, estamos não apenas criando um espaço acolhedor, mas também promovendo uma cultura organizacional mais humana e engajada. O conceito de acolhimento, ao ser aplicado tanto na vida pessoal quanto no contexto profissional, pode transformar a forma como nos relacionamos, como lidamos com os outros e, principalmente, como buscamos nosso próprio lugar no mundo.